domingo, 20 de julho de 2008

LISIEUX- poeta multifacetada.





Nas fotos(clicadas pela máquina de Lisieux), Lisieux e eu, Llobus no "que-fazer" de equipamentos fotográficos e a POIETISa Lisieux.A entrevita foi em uma sala da igreja metodista, da Rua Tupis, um edifício tombado pelo Patrimônio Historico-e cujas gêneses e raízes foram no tradicional edifício Acaiaca,aqui em belo Horizonte.

Lis, ao remetê-las, escreve:"Adorei conhecer vocês e foi muito divertida a entrevista!

Bjokas

lis"

Apesar de haver desenvolvido um intenso trabalho com Lisieux, na antiga Escola Tropo ,de trovadores ETP (,pela Internet, onde nos tempos do saudoso diretor Nilson Matos, éramos professoras de poetas que queriam aprender a metrificar), de ser ela a Cônsul do Estado de Minas de Poetas del Mundo e acompanhar sua trajetória poética , não a conhecia pessoalmente, nem o Marco LLobus a tinha visto pessoalmente.

Certa vez,om Poeta e sociólogo Ricardo Evangelista(leia-se TROPEIRISMO CULTURAL e POETAS QUAE SERA TAMEN), coordenador de "Saraus de Poesia "na Lagoa do Nado, um dos efervescentes centros de cultura da Fundação Municipal de Cultura na capital mineira,convidou-a para um dos "Conversas ao Pé do Fogão", para que os demais cônsules a conhecessem, mas justamente na data, não pude comparecer.

A história de vida da hoje teóloga e Pastora Terezinha é muito bonita,denota muita força de vontade para vencer obstáculos e ela respira versos e rimas desde a infância, pois a mãe, tovadora e sonetista, ensinou-a, desde cedo, a lidar com metrificação.Não é à toa que é a mestra em "coroas"-um elaborado sistema de sonetos intrelaçados.Até mesmo publicou, com o medico poeta da SOBRAMES, Paulo Camelo-também meu confrade pela Intrnet-, um livro com trinta sonetos de sua lavra, para fechar o DUAS COROAS, atividade lúdico-poética,argamassada na perfeita dominação do gênero soneto e que muitos sequer ousariam fazer.

Para ilustrar,Trovas de ambos:

O peso da juventude

só o tempo nos dirá.

Mas, antes que o tempo mude,

é melhor aproveitar.



Paulo Camelo
<<<***>>>



Juventude é coisa boa

anos-dourados de luz

mas ela se acaba à toa

nos deixa o peso da cruz...


lisieux

Para mostrar a gama de possibilidades poéticas, na verve dessa POIETISA, um terceto:


TECELÃO
lisieux

Teus dedos tecem
tortuosas teias
nas entranhas das veias

BH - 29.04.07

Um soneto:

ALBATROZ
lisieux


As asas de gigante impedem-no de andar *
dizia Baudelaire, acerca do albatroz...
e sua afirmação também fala de nós
poetas cuja sina é sempre alto voar.

Poeta embora eu seja e de voar entenda
no peito trago a dor dos passarinhos presos
e canto nos meus versos amores e segredos
sabendo que às vezes, não posso o vôo alçar.

No céu dos meus poemas, viajo uma ilusão
e quase nunca tenho os pés no árido chão
pois é imprescindível que eu tenha liberdade.

E como as do albatroz, as minhas asas são:
se estão fechadas, impedem a locomoção,
se estão abertas, voam ao encontro da saudade.

São Paulo - 03.03.07
* Baudelaire

Versos livres:

LUNÁTICA
lisieux

Lunática sou eu...
A minha avó
com escura lua nova conviveu...
Vovô sonhou UM QUARTO
e no seu céu
até mesmo esse quadrante
esmoreceu...

Papai sonhou apenas MEIA lua
e sem vê-la crescente
faleceu...
Mamãe teve mais sorte
e UMA lua
redonda e cheia
no seu céu permaneceu


até que eu cheguei, sonhei
e fui tão louca
que essa única lua
repartiu-se...
e hoje já são mil.

Estão brilhando
no meu céu de fantasia
a iluminar toda minha
poesia!

BH - 18.03.07
Resposta poética à poesia de líria porto (*): "aluando".

(*) A grande Poeta mineira Líria Porto, que entevistamos na sexta feira passada(aguardem...)18/07/2008)

>>>***<<<
Uma das mpdalidades que a poietisa domina é a glosa, onde cada linha da trova de alguém , aparece na promeira, segunda e terceir das estrofes sibsequents da composição.Ela confessa que gosta muito dese exercício:

MOTE E GLOSA
lisieux


Ia um casal caminhando,
bem velho, trôpego o passo...
Era a Saudade levando
o Passado pelo braço... -(Elton Carvalho)




IA UM CASAL CAMINHANDO
assim, sem olhar pros lados;
olhos vivos, cintilando,
um no outro, mergulhados...

Era o par - todos notavam -
BEM VELHO, TRÔPEGO O PASSO,
mas eles se imaginavam
sem rugas e sem cansaço.


Podia-se ver, andando,
ao lado deles um vulto:
ERA A SAUDADE LEVANDO
da sua vida o tributo...


Saudade amiga, aninhava
o casal num terno abraço...
E o amor deles carregava
O PASSADO PELO BRAÇO


lisieux - BH - 21.06.06

Uma de suas composições semi-eróticas:


AMPLEXO
lisieux

Tudo que me sobra
transborda...


pelos olhos,
pelos póros,
pelo sexo...

Complexo!

>>**<<

E sobre dança, uma de suas paixões:

TANGO



Penduro
em um
.....cabide
minhas descabidas
fúrias



e
- num laivo de loucura -
ro
do
pi
o
pela sala.



lisieux

>*<

Da condição feminina:

AVESSO

lisieux





E tu chegaste, virando o meu mundo pelo avesso, revertendo o rumo das marés e fazendo o sol nascer à meia-noite.

Bagunçaste o meu coreto, abalaste as minhas estruturas, provocaste um terremoto nas minhas entranhas.

Tu rompeste a barreira do som e ribombaste em meus ouvidos; viajaste à velocidade da luz e chegaste, centelhas, aos meus olhos, iluminando tudo;

E tu chegaste e modificaste a minha vidinha repartição-pública, tornando-a profissional liberal, sem hora, senhora do meu nariz, dona do mundo.

Chegaste furacão, tufão, maremoto, soprando ventos, agitando ondas, movendo as placas tectônicas...

E eu, poeira cósmica, partícula estelar, centelha infinitesimal, zero á esquerda, saltei espaços, viajei eras, atravessei séculos...e, cá estou, nos teus braços: inteira, refeita, perfeita... mulher!


Sua prosa poética:


TRANSLÚCIDA

lisieux



O olho castanho opaco, refletido no espelho do banheiro, foi a última coisa que viu. Depois, sumiu... desapareceu num mundo de faz-de-conta, avesso de tudo.

Custou a se dar conta disso, acostumada que estava a ser ignorada. Demorou a perceber que se tinha tornado definitivamente invisível. Mulher de cristal através do qual os olhares passavam, indo se fixar em outro ponto.

Bem que tentou fazer-se notar. Tilintou em noites de gala; cristal da Boemia, refletiu o vermelho do vinho, borbulhou o champagne francês; serviu fresca água a lábios sedentos em muitas manhãs. Também reverberou o brilho do sol em janelas, artísticos vitrais.

Nada adiantou: permaneceu invisível, transparente.

Um dia, deixou-se cair. Delicada peça, partiu-se em mil pedaços.

O companheiro ajuntou os cacos, apenas para não ferir os pés. Jogou os estilhaços pela janela dos fundos, no pequeno quintal...

E... lá ficou ela, refletindo a pálida luz distante das estrelas.


>>>***<<<
Esses e tamtos mais, do cotidiano, do transcendntal e da amorosidade, são poemas que convivem serenamente com os poemas onde sua fé , seu senso de justiça social -o que também transborda-lhe da alma:


REPARTIR
lisieux

Com tão poucos neste mundo tendo tudo
e com tantos que não têm o que comer...
com milhares sem ter nada, é absurdo,
continuarmos com a cegueira de não ver
que não ganhamos nada com a cobiça...

Que Deus nos faça amar e repartir
para que todos vivam com justiça...

lisieux

(Feito para o Varal do Lun'as)

>>>***<<<


A POIESIS de Lisieux pode ser encntada em seus blogs-um por ano, chamados "Blue Eyes"(http://blueeyes5.blogspot.com/2008), já no sexto (2008), vá conferir e encantar-se.

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